Renascimento
                 Classicismo



Centro de Ensino Médio 01 de São Sebastião
                1º ano matutino – turmas G e H


ORIGEM E CONTEXTO HISTÓRICO





Durante o século XIV, a Europa começava a se preparar para uma grande transformação política, econômica e cultural que teve seu auge ou apogeu nos séculos XV e XVI, chamado de classicismo, também conhecido como quinhentismo, já que se manifestou no século XVI, em l527, quando o poeta português Sá de Miranda retornou da Itália trazendo as características desse novo estilo. O fato marcou o início dos tempos modernos. Esse período, pela história passa a ser conhecido como Renascimento, em que o homem passa a se redescobrir, mudar de valores, ter uma nova visão do mundo.





Classicismo, ou Quinhentismo (século XV) é o nome dado ao período literário que surgiu na época do Renascimento (Europa séc. XV a XVI). Foi um período de grandes transformações culturais, políticas e econômicas. O Classicismo terminou em 1580, com a passagem de Portugal ao domínio espanhol e também com a morte de Camões. 
Vários foram os fatores que levaram a tais transformações, dentre eles a crise religiosa (era a época da Reforma Protestante, liderada por Lutero), as grandes navegações (onde o homem foi além dos limites da sua terra) e a invenção da Imprensa que contribuiu muito para a divulgação das obras de vários autores gregos e latinos.




Toscana, o berço do Renascimento

Toscana é uma das 20 regiões da Itália. Seu nome remete diretamente ao Renascimento, movimento cultural, científico e artístico que foi um marco divisório na história, tendo Toscana como palco de um dos períodos mais luminosos e inventivos da humanidade.
Alguns dos maiores nomes da cultura mundial vieram de Toscana ou lá se desenvolveram como Dante Alighieri, Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael, Giotto, Botticelli, só para citar os mais destacados.
A família dos Médicis, que dominou a Toscana nos séculos XV e XVI, teve um papel fundamental no desenvolvimento e apoio aos artistas e gênios desse período.
A base do Renascimento encontra-se no crescimento gradativo da burguesia comercial e das atividades econômicas entre as cidades européias, o que acabou estimulando a vida urbana e as manifestações artísticas, que passaram a ser patrocinadas por ricos comerciantes (mecenato).

Quem foram  
Os mecenas eram ricos e poderosos comerciantes, príncipes, condes, bispos e banqueiros que financiavam e investiam na produção de arte como maneira de obter reconhecimento e prestígio na sociedade.
Eles foram de extrema importância para o desenvolvimento das artes plásticas (escultura e pintura), literatura e arquitetura durante o período do Renascimento Cultural (séculos XV e XVI).
A burguesia, classe social que enriqueceu muito com o renascimento comercial, viu na prática do mecenato uma forma rápida de alcançar o status de nobreza. Isso era obtido também com a compra dos títulos de nobreza.O ato de patrocinar e investir em arte e a cultura é conhecido como mecenato.


Principais mecenas da época do Renascimento Cultural:

- Lourenço de Medici (banqueiro italiano)















- Come de Medici (banqueiro e político italiano)- Galeazzo Maria Sforza (duque de Milão)- Francisco I (rei da França)
 O aperfeiçoamento da imprensa possibilitou uma maior difusão de idéias novas, contribuindo para o enriquecimento do ambiente cultural. As grandes navegações alargaram a visão de mundo do europeu, que entrou em contato com culturas diferentes. A matemática se desenvolveu, bem como o estudo das línguas, surgindo as primeiras gramáticas de língua portuguesa.
Todo esse contexto fez nascer uma visão antropocêntrica de mundo. Ou seja, o homem é visto como centro do universo. O cristianismo continua imperando, mas o homem renascentista já não é tão angustiado com as questões religiosas como o era o homem medieval.
Dois movimentos religiosos que marcaram o século XVI tiveram grande repercussão social e cultural: a Reforma Protestante, liderada por Martinho Lutero (1483-1546); e a Contra-Reforma, movimento de reação da Igreja Romana.


Os artistas – pintores, escultores, arquitetos – inspiravam-se nas obras dos antigos gregos e romanos, que se transformaram em modelos. Por isso mesmo, dizia-se que a gloriosa arte antiga estava renascendo.





Foi na arte renascentista que o antropocentrismo atingiu a sua plenitude, agora, era o homem que passava a ser evidenciado, e não mais Deus.
A arte renascentista se inspirava no mundo greco-romano (Antiguidade Clássica) já que estes também eram antropocêntricos.




No Renascimento, as obras passam a perder o primitivismo e a ingenuidade das obras medievais e a ganhar um aprimoramento técnico igual ou até superior às obras da antiguidade.





O homem do Renascimento se identifica na cultura greco-latina. Além de integrar a seu universo artístico os deuses da mitologia grega, porque os deuses têm características humanas, o homem renascentista procura compreender o mundo sob a luz da razão e faz a associação do equilíbrio entre razão e emoção, as noções de beleza, bem e verdade.





Classicismo é o nome que se dá à literatura produzida durante a vigência do Renascimento (século XVI). As pessoas enxergavam a obra de arte como forma de manifestação de beleza e harmonia, pois estavam dispostos a resgatar a cultura clássica, esse interesse vinha desde o final do século XIII, na Itália, onde os humanistas (escritores e intelectuais), liam e traduziam autores latinos e gregos. A cultura clássica foi muito fértil e destacou vários expoentes, tais como: Dante Alighieri; Camões; Petrarca, Shakespeare; Rabelais; Ronsard; Cervantes; Torquato Tasso; Ariosto; Leonardo Da Vinci e Michelângelo.
.Durante esse período, Dante Alighieri criou a medida nova (verso decassílabo), Petrarca compôs seu Cancioneiro com 350 poemas e Bocaccio escreveu Decameron.
O homem do século XVI se volta para a realidade concreta e acredita em sua capacidade de transformar e dominar o mundo.
O gênero lírico floresce durante o Renascimento, mas a poesia épica é também valorizada.

Durante os séculos XV e XVI, Portugal se tornou muito importante na Europa como Estado, povo, língua e cultura e se fazia necessária uma obra literária que retratasse todo esse momento de glória





A Torre de Belém localizada na entrada do porto de Lisboa e construída no século XVI simboliza a época das grandes navegações portuguesas.


O poema épico Os Lusíadas, de Luís de Camões (1525 – 1580), sacia esse desejo do povo português, e se destaca no cenário europeu.
Camões, com todo seu conhecimento literário, filosófico, histórico, político e geográfico, conseguiu com louvor retratar e expressar o Renascimento português.




Características do Classicismo
- Racionalismo: a razão predomina sobre o sentimento, ou seja, a expressão dos sentimentos era controlada pela razão.
- Universalismo: os assuntos pessoais ficaram de lado e as verdades universais (de preocupação universal) passaram a ser privilegiadas.
- Perfeição formal: métrica, rima, correção gramatical,clareza nas ideias, tudo isso passa a ser motivo de atenção e preocupação.
- Presença da mitologia greco-latina
Humanismo: o homem dessa época se liberta dos dogmas da Igreja e passa a se preocupar com si próprio, valorizando a sua vida aqui na Terra e cultivando a sua capacidade de produzir e conquistar. Porém, a religiosidade não desapareceu por completo.




Imitação dos autores geco-latino: como exemplo: Homero, Aristóteles, que eram gregos; 





Cícero, Virgílio, Horácio que eram latinos.





» Construção frasal :ocorre a inversão dos termos na oração.




 Temas de interesse da época: os descobrimentos e as expansões marítimas.

» IdealismoA arte clássica era naturalista e objetiva; a realidade era idealizada pelo artista. A mulher amada era descrita como um ser celestial, igual aos anjos; a natureza era vista como uma região paradisíaca, onde a paz e a harmonia de bosques e florestas eram mostradas.

Pintura e Arquitetura no Renascimento classicista

O racionalismo, o ideal humanista, ou seja, o foco no ser humano, o gosto pela harmonia, a valorização dos ideais e princípios greco-romanos, são características que estão presentes tanto na literatura quanto na pintura e na escultura.
Vamos observar algumas obras famosas dos gênios do Renascimento classicista:







Esta é a famosa Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, provavelmente a pintura mais famosa do mundo. Está no museu do Louvre, em Paris protegida por um grosso vidro à prova de balas. Quando exibida pela primeira vez, considerou-se que ela trouxe uma nova dimensão de realismo e veracidade à arte da pintura. Vista de perto, parece um ser vivo e não uma pintura. Chama atenção o belíssimo formato das mãos, o sorriso enigmático e os olhos de Mona Lisa (Leonardo descreveu o olho como a janela do corpo humano).









Michelangelo Buonarroti, foi escultor, pintor, arquiteto e poeta, foi uma das maiores figuras da Renascença. Ainda em vida foi considerado um dos maiores artistas do seu tempo e era chamado de “o Divino”.
Nessa escultura de Michelangelo vemos como a escultura, que antes era mero elemento decorativo ganhou contornos próprios. O estudo das posturas corporais traz como resultado esculturas que se sustentam sobre as próprias pernas, num equilíbrio perfeito. As vestes reduzem-se à expressão mínima, e suas pregas são utilizadas apenas para acentuar o dinamismo, revelando uma figura humana de músculos levemente torneados e de proporções perfeitas.
Não bastasse o que ele fez na escultura, olha o que fez na pintura:





Esse é o teto da Capela Sistina, vários painéis que retratam histórias essenciais do Gênesis. Michelangelo pintou Esse teto sozinho, em pouco mais de quatro anos, desenvolvendo seu estilo enquanto trabalhava.
Classicismo Literário
Os escritores classicistas retomaram a idéia de que a arte deve fundamentar-se na razão, que controla a expressão das emoções. Por isso, buscavam o equilíbrio entre os sentimentos e a razão, procurando assim alcançar uma representação universal da realidade, desprezando o que fosse puramente ocasional ou particular.
Os versos deixam de ser escritos em redondilhas (cinco ou sete sílabas poéticas) – que passa a ser chamada medida velha – e passam a ser escritos em decassílabos (dez sílabas poéticas) – que recebeu a denominação de medida nova. Introduz-se o soneto, 14 versos decassilábicos distribuídos em dois quartetos e dois tercetos.




PRINCIPAIS AUTORES PORTUGUESES





Luís Vaz de Camões ( Lisboa, 1524-1580)  






Poeta que frequentou muito a Corte, fazendo poemas para as damas e vivenciando muitos amores. Em luta contra os mouros, no Norte da África, teria perdido a vista direita.
Em 1572 publicou Os Lusíadas, dedicando-o ao rei D. Sebastião, que lhe deu pensão anual modesta.
Camões viveu miseravelmente até o fim da vida. O poeta morreu em 1580, ano em que Portugal passou para o domínio espanhol.

Obras
Poesia épica: Os Lusíadas
Poesia lírica: reúne odes, éclogas, sonetos, elegias.
Teatro: Anfitriões, Auto de El-rei Seleuco, Auto de Filodemo.
Cartas: quatro volumes.





Os Lusíadas





Forma

A mais importante epopéia da língua portuguesa teve como modelos literários a Ilíada e a Odisséia, supostamente escritas pelo poeta grego Homero. Camões compôs Os Lusíadas em dez cantos, divididos em 1102 estrofes regulares de oito versos cada uma, totalizando 8816 versos.
Todas as estrofes têm o mesmo esquema rítmico: abababcc, ou seja, rimas cruzadas em seis versos e emparelhadas em dois. São versos decassílabos heróicos e o poema se organiza em:
  • proposição do assunto (canto I, estrofes 1-3)
  • invocação às Tágides, musas do rio Tejo (canto I, estrofes 4-5)
  • dedicatória a D. Sebastião ( canto I, estrofes 6-188)
  • narração da viagem de Vasco da Gama (estrofes 19-1045)
  • epílogo, contendo um fecho dramático a respeito da cobiça e o episódio da Ilha dos Amores (estrofes 1046-1102)

Enredo

Canto I - Inicia-se a narração com a armada de Vasco da Gama já a caminho de Moçambique. Ocorre, no Olimpo, o Concílio dos deuses: Baco é contra a viagem; Vênus e Marte são a favor. Marte propõe que Mercúrio guie os portugueses. Baco instrui o rei de Moçambique contra os portugueses, mas Vasco da Gama prossegue até Mombaça ( o Quênia)
Canto II - Baco continua as suas manobras, instigando os mouros contra os lusitanos. Vênus intercede junto a Júpiter, que prevê glória aos portugueses. Mercúrio aparece num sonho de Vasco da Gama e o aconselha a ir para Melinde. Lá, o navegante começa a contar ao rei a história de Portugal.

Canto III - Fazem parte do relato ao monarca de Melinde os episódios de Egas Moniz, o da batalha do Salado e o de Inês de Castro




Canto IV - Prossegue a história de Portugal, estando em foco a ascensão do Mestre de Avis e o episódio do Velho do Restelo: um ancião que aparece na praia do Restelo, advertindo os portugueses sobre os perigos provocados pela vaidade e desejo de fama.
Canto V - Vasco da Gama continua narrando ao rei de Melinde sobre como navegou perigosamente pela costa africana. Em foco, o Fogo de Santelmo, a tromba marítima e o episódio do Gigante Adamastor, figura mítica que personifica o Cabo das Tormentas, mais tarde chamado de Cabo da Boa Esperança.






Canto VI - A frota deixa Melinde rumo às Índias. Baco pede ajuda a Netuno, deus do mar, contra os portugueses. Éolo (deus dos ventos) desencadeia uma tempestade, mas Vênus intervém e manda as ninfas seduzirem os ventos. A esquadra chega a Calicut (índia).
Canto VII - Descrição da Índia. Desembarque e entrevista com o samorim ( rei hindu). O catual (regedor) visita a frota e pede a Paulo da Gama que explique o significado das bandeiras.


Canto VIII - Explicação detalhada de Paulo da Gama sobre os grande vultos de Portugal. Baco, em sonho, instrui um sacerdote muçulmano contra os portugueses. Vasco da Gama preso e trocado por mercadorias.


Canto IX - Os catuais tentam retardar a volta da frota, mas a armada parte. Vênus resolve compensar os lusitanos e ordena a Cupido e à Fama que preparem a Ilha dos Amores. As ninfas lá se instalam e Tétis, deusa dos oceanos, recepciona os portugueses.





Canto X - Banquete no palácio de Tétis, que apresenta Vasco da Gama a "Máquina do Mundo", que é a descrição do universo e da Terra.

Luís de Camões foi o mais destacado e conhecido poeta português deste período e será dado maior ênfase a ele em nossos estudos.

                                                                   CAMÕES LÍRICO


A base do amor para os poetas clássicos fundamentava-se, em três pensamentos diferentes: 
o racionalismo, a idealização e o espiritualismo.


                                                                         PLATONISMO



Platão, (129-347 a.C), influenciou muitas das poesias de Camões. Principalmente no que se refere à Beleza e ao Amor. Para Platão,que tinha um pensamento meio espiritual, nossa alma, que segundo ele está presa ao corpo na vida terrena, passa a ligar-se à beleza, uma Beleza soberana contemplada em outro universo. O amor platônico é na verdade, a supremacia em direção à Beleza que ultrapassa a pessoa e os prazeres dos sentidos.


Luís Vaz de Camões: (1525?-1580), O escritor mais conhecido e destacado do classicismo português. Escreveu poesias líricas e épicas, além de várias peças teatrais. A obra “Os lusíadas”, foi publicada em 1572 , mostra muito bem como era a visão do mundo e dos homens na época, algo próprio do classicismo. Serviu como matéria informativa, ou melhor, como uma reportagem de um dos fatos mais importantes da história portuguesa. O poema tem como tema principal a narração da viagem de Vasco da Gama às Índias, o enfoque maior é no povo português, em como conseguiu conquistar novas terras.
É o poeta soldado.
Escritor de dados biográficos muito obscuros, Camões é o maior autor do período. Sabe-se que, em 1547, embarcou como soldado para a África, onde, em combate, perdeu o olho direito. Em 1553, voltou a embarcar, dessa vez para as Índias, onde participou de várias expedições militares.
Em 1572, Camões publica Os Lusíadas, poema que celebrava os recentes feitos marítimos e guerreiros de Portugal. A obra fez tanto sucesso que o escritor recebeu do rei D. Sebastião uma pensão anual – que mesmo assim não o livrou da extrema pobreza que vivia. Camões morreu no dia 10 de junho de
 1580.
A Poesia Épica de Camões
Como tema para o seu poema épico, Luís de Camões escolheu a história de Portugal, intenção explicitada no título do poema: Os lusíadas. O cerne da ação desenvolve-se em torno da viagem de Vasco da Gama às Índias.

A palavra “lusíada” é um neologismo inventado por André de Resende para designar os portugueses como descendentes de Luso (filho ou companheiro do deus Baco).

A Estrutura
Os lusíadas apresenta 1102 estrofes, todas em oitava-rima (esquema ABABABCC), organizadas em dez cantos. São 8816 versos que compõem a obra épica.
Características de uma epopéia/ obra épica:
- É escrita em versos.
- O
 tema é sempre grandioso e heróico e refere-se à história de um povo.
- É composta de proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo.

Divisão dos Cantos

1ª parte: Introdução
Estende-se pelas 18 estrofes do Canto I e subdivide-se em:

 Proposição: é a apresentação do poema, com a identificação do tema e do herói (constituem as três primeiras estrofes do canto I).
 Invocação: o poeta invoca as Tágides, ninfas do rio Tejo, pedindo a elas inspiração para fazer o poema.
Dedicatória: o poeta dedica o poema a D. Sebastião, rei de Portugal.

2ª parte: NarraçãoNa narração (da estrofe 19 do Canto I até a estrofe 144 do Canto X), o poeta relata a viagem propriamente dita dos portugueses ao Oriente.

3ª parte: Epílogo
É a conclusão do poema (estrofes 145 a 156 do Canto X), em que o poeta pede às musas que o inspiraram que calem a voz de sua lira, pois está desiludido com uma pátria que já não merece as glórias do seu canto.



A Lírica Camoniana
Camões escreveu versos tanto na medida velha quanto na medida nova. Os sonetos são a parte mais conhecida da lírica camoniana. Com estrutura tipicamente silogística, normalmente apresentam duas premissas e uma conclusão, que costuma ser revelada no último terceto, fechando, assim, o raciocínio.
Camões demonstra, em seus sonetos, uma luta constante entre o amor material, manifestação da carnalidade e do desejo, e o amor idealizado, puro, espiritualizado, capaz de conduzir o homem à realização plena. Nessa perspectiva, o poeta concilia o amor como idéia e o amor como forma, tendo a mulher como exemplo de perfeição, ansiando pelo amor em sua integridade e universalidade.



Amor é fogo que arde sem se ver


Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
 
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
 
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
 
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
 
                           Luís de Camões








Francisco de Miranda: (1495-1558), seus trabalhos giraram em torno da poesia e a comédia. Por ter vivido algum tempo na Itália, ele introduziu em Portugal o soneto, uma nova forma poética com base na arte renascentista.
Bernardim Ribeiro: (1482-1552), sua obra de destaque foi Menina e Moça, publicado em 1554.
Antônio Ferreira: (1528-1569), Sua obra principal foi A castro (ou Tragédia de d.Inês de


                                 QUADRO COMPARATIVO

                
 CLASSICISMO                              TROVADORISMO


1)lírica camoniana; idealização amorosa     1)amor cortês-sofrimento amoroso
2)predomínio da razão                                 2)predomínio da emoção
3)paganismo                                                 3)cristianismo
4)influência da cultura greco-romana          4)influência da poesia provençal
5)antropocentrismo                                      5)mentalidade teocêntrica
6)ambiente universal                                   6)ambiente rural e cortês
7)racionalismo                                             7)tema: amor, saudade e crítica
8)nacionalismo                                            8)exaltação do ideal do cavalheiro


Conclusão

O Humanismo e o Classicismo mudaram por completo todo o pensamento humano, e não foi só uma nova maneira de fazer arte. Foi uma maneira de ver o mundo, que trouxe um pouco de ''luz'' aos homens, e que os fez sair das sombras da Idade Média. O pensamento humano volta a ser desenvolvido, volta a existir valor Humano e não apenas o valor que se atribuía por completo a Deus. A partir desta época há uma evolução praticamente em todos os aspectos do Homem, desde a maneira de ver o Mundo, de representar o mundo, de estudar o mundo. 

Centrão: como chegar